Dra Karla Palmeira

BRUXISMO X CEFALÉIA

Existe alguma relação?
Sim. Segundo um estudo publicado recentemente na revista americana Headache Medicine (vol.12 – supplement – 2021), o bruxismo em vigília pode influenciar diretamente os quadros de cefaléia primária, piorando o prognóstico e aumentando a refratariedade ao tratamento.
É preciso ficar atento, pois o bruxismo em vigília é um hábito parafuncional de contração dos músculos da mastigação involuntário, com ou sem apertamento dentário, e ocorre enquanto se está acordado. O controle deste tipo de hábito parafuncional é dado pelo próprio paciente através de autocontrole, mediante a percepção do hábito.
São chamadas cefaléias primárias aquelas em que a dor de cabeça é a doença em si, e não o sintoma de um outro problema de saúde. Entre as cefaléias  primárias estão a migrânea (enxaqueca), a cefaléia do tipo tensional, e a cefaléia em salvas.
As cefaléias primárias também estão relacionadas com as disfunções temporomandibulares (DTMs). A literatura atual (Disfunções Temporomandibulares – Novas Perspectivas, EditoraTota, 2019) afirma que pacientes com DTM apresentam risco maior (4,4 vezes) de apresentar migrânea, quando comparados a pacientes sem DTM. Isto ocorre porque DTM e cefaléias primárias são doenças comórbidas que compartilham mecanismos fisiopatológicos, onde uma contribui para o desenvolvimento da outra. A presença de DTM em pacientes que apresentam algum tipo de cefaléia primária é considerado um fator de risco para o aumento da frequência e da intensidade das crises de dores de cabeça, o que contribui para o processo de cronificação.
Por tanto, o correto diagnóstico é fundamental para o sucesso do tratamento, e é dado pelo tratamento simultâneo de todas estas condições disfuncionais. Um profissional habilitado pode lhe ajudar muito a controlar estes quadros de dor,  e assim melhorar sua qualidade de vida. 
 
 
 
 
 

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Dra Karla Palmeira
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